quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Aquela noite

Silêncio que tornava tudo mais tenso
Tenso de medo de acordares
Acordares? Mas de fato dormias?
Dormias com certeza não
Não, pensava eu
Eu tomava a iniciativa
Iniciativa que logo tinha resposta
Resposta que ia cada vez mais longe
Longe tanto que já perto
Perto o quanto era possível
Possível não era desde o início
Início que terminou como o fim
Fim que terminou como o início: silêncio

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Zé Bundão

Fico besta só de ver
Matuto, sem entender
Cabra se diz ocupado
Veja só que engraçado
Ao invés de arrumar
Coisa útil pra fazer
Prefere bisbilhotar
A vida alheia futricar

É difícil compreender
Como se não bastasse ver

Zé bundão vais mais além
Gosta de fazer alarde
Cacareja a toda parte
Do prefeito ao Zé ninguém

Até que fui seu amigo
Sugeri uma canção
Que dizia “olhe pro umbigo”
Antes de fazer sermão
Mas, o diabo do bundão
Não aprendeu a lição
Só me resta a alternativa
De meter-lhe um safanão

terça-feira, 9 de agosto de 2011

10 KM

Ninguém atrás de mim. Sigo voando pela estrada. A cabeça vazia. Mas com pensamentos sem fim. Tire esses óculos. Deixe o vento correr, vir, bater. Enfim, atingir o rosto em cheio. Também não há por que prender as lágrimas. Lágrimas que vem com o vento. E, tal como ele, se vão, para dar lugar a novas. Vento, lágrimas. É tudo tão vivo. Quem dera momentos como esse pudessem durar para sempre. Ou, ao menos, se repetissem mais vezes. Mas, tudo acaba. Como sempre. Feche a janela. Ponha os óculos. Volte a dormir.

Cordela (Dela para ela)

De agradável leveza
Partiu do extremo norte
Meio cheia de certeza
Pro centro tentou a sorte
Praqui não furtou tristeza
Mas a moça ficou forte
Conquistou expondo beleza
Inté mesmo um dom do acorde

Quem hoje vê perna de légua
Não crê na cabeça panela
Moça que chega falando “pai d’égua”
Só podia ser Gabriela